Em 2002, ao fotografar cenas de rua em Porto Alegre, Mariane Rotter percebeu que seu olhar, a um metro e trinta do chão, capturava enquadramentos incomuns.
Enquadramentos que acabavam por esconder o que seria, via de regra, o foco principal de um retrato – o rosto das pessoas, suas identidades –, mas que evidenciavam outros detalhes: braços, mãos, gestos.
“Naquele instante percebi que explorar minha baixa estatura a partir da fotografia seria uma possiblidade rica e instigante”, diz. “Foi quando decidi registrar o cotidiano a partir de um programa previamente estabelecido: tudo o que via sob a linha do horizonte dos meus olhos”, conta.
Dando continuidade ao projeto, Mariane vem produzindo uma nova série realizada em lugares estranhos ao seu cotidiano, locais desconhecidos, outras cidades e contextos.
“‘Check In’ faz essa referência a um gesto de aproximação e apropriação temporária de um local. Um convívio breve, mas cheio de intenções”, explica.
O projeto prevê viagens a lugares distantes, para estabelecer novos vínculos e conexões.
“Quero tornar, com o gesto de fotografar, o longínquo e diferente, próximos. E investigar a ocupação do meu corpo nestes novos lugares, sob o meu ponto de vista”.
Veja as fotos de Meu ponto de vista: Check In, de Mariane Rotter, aqui