Sou apaixonado pelas fotografias de Alfred Stieglitz, sobretudo aquelas que ele fez de Georgia O’Keeffe (links no final do texto).
Mas sou igualmente encantado pelos seus esforços de transmitir a crença da fotografia como uma das belas-artes, um deles a fundação da revista Camera Work, editada entre 1902 e 1917, e que reunia nomes como Edward Steichen, Clarence White, Joseph Keiley, e Paul Strand, entre outros.
A Camera Work foi um dos manifestos de amor à fotografia de Stieglitz que, para além da técnica, observava que o valor de uma fotografia (e de uma obra de arte) está
1 – na poesia que contém
2 – e no amor envolvido em sua elaboração
“Permitam-me que lhes chame a atenção para um dos equívocos comuns mais largamente disseminados que tem a ver com a fotografia – o de classificar trabalhos supostamente excelentes como profissionais e utilizar o termo amador para transmitir a ideia de produções imaturas e para desculpar fotografias de péssima qualidade.
Na realidade, quase todas as grandes obras são feitas e sempre o foram no passado por aqueles para quem a fotografia é uma questão de amor. E não de simples ganhos financeiros”, escreve Stieglitz, no texto A fotografia pictorialista.
Lembrando que como o próprio nome indica, um amador é aquele que trabalha por amor.
Amador é aquele que ama.
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Cassiano Viana é editor do site About Light
Veja as fotos que Stieglitz fez de Georgia O’Keeffe aqui