“Essas fotos são bem antigas, têm quase dez anos. Foi o início da minha experimentação com filme e todas foram feitas com Lomos – Holga e Diana.
Eu testava as possibilidades de cor – tem fotos pb, coloridas e cromos reveladas em processo cruzado – e da múltipla exposição. Gostava da liberdade de poder trabalhar com fotos quadradas ou, através da múltipla exposição, torná-las horizontais. E até me divertia lidando com as limitações das câmeras, sem muitos recursos.
As fotos foram tiradas entre 2009 e 2010. Era uma pesquisa mais estética do que conceitual ou temática.
O nome “Desdramas” vem de um texto que minha avó escreveu pra mim há uns dez anos, quando ela leu uns poemas que eu escrevia na época. Ela diz que nos meus textos eu desdramatizava as emoções penosas, e compara meus textos a fotografias.
Resolvi usar o termo pra essa série porque acho que a Lomo dá um tom mais leve para as imagens, uma aura mais esfumaçada, menos definida ou definitiva”.
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Diana Sandes (Rio de Janeiro, 1986) é artista visual e parte da fotografia para pensar e criar imagens. https://dianasandes.com/