Não dão uma palavra, por Leticia Tandeta

“O auge do instante contemplativo é um estado paradoxal: é um não ser no que, de alguma maneira, se dá o pleno ser. Plenitude do vazio.

Um sucessor de Bashô, o poeta Oshima Ryota (1718-1787), alude a esta suspensão do ânimo em um poema admirável:

Não dão uma palavra
o anfitrião, o hóspede
e o crisântemo”*

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Letícia Tandeta Tartarotti (Rio de Janeiro – 1961) é artista plástica, poeta e produtora cultural. E desde 2015 é uma das gestoras do projeto/espaço autônomo A MESA, de artes visuais e poesia, no Morro da Conceição, no centro do Rio de Janeiro.

*Em Sendas de Oku, Matsuo Bashô, tradução de Olga Savary

Seleção das fotos: Pollyana Quintela.

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