Sim, Antonio Florence é tetraneto de Hercule Florence, um dos cinco inventores da fotografia. Soube do parentesco ainda garoto, aos seis anos de idade, quando os pais o levaram à inauguração de uma sala em homenagem ao tetravô, no Museu de Porto Feliz.
Dito isso, foi também aluno de Ralph Gibson, fotógrafo internacionalmente conhecido (procure saber) que conheceu durante um workshop na Galeria Leica, em São Paulo.
“Ele fez observações sobre duas fotos minhas que curiosamente mostraram a mim mesmo o meu olhar “, lembra Antonio, 61 anos.
Gibson ficou encantado com a forma que Antonio coloca a luz como personagem principal de sua fotografia. “Sei por onde ela vai e gosto desse caminho”, declarou o fotógrafo norte-americano.
Eder Chiodetto, que assina o texto de apresentação do primeiro livro de Antonio, também não poupa elogios: Intervalos Acidentais é, essencialmente, um livro de contemplação.
“Renunciando às decifrações dos enigmas da astrofísica, o fotógrafo opta por colecionar e encapsular o brilho das estrelas, os arroubos da lua cheia, a contundência dos raios solares e o enlevo das luzes artificiais, que os homens constroem acreditando no poder de criação de sua própria via láctea”, escreve o curador.
Fragmentos. Enigmas. Contraste. Profundidade. Nuances. Escrever com a luz. O acaso.
“Intervalos Acidentais nasce da observação de efeitos da luz despercebidos, presentes no cotidiano”, explica Antonio. “Levei-os ao abstrato, construindo formas simples, reduzidas”.
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Cassiano Viana (@vianacassiano) é editor do site About Light.
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