Quando decidi participar do curso A Arte do Corpo Inspirador, ministrado pela atriz Lucilene Moreira, eu estava muito curiosa e inquieta com minha imperícia em fotografar pessoas, pois sempre me incomodei em apontar a câmera pra alguém e fazer uma foto, mesmo com anuência do fotografado.
Sou amadora da fotografia em todos os sentidos da palavra. Essa descrição cabe em ser amante da arte e contempla também o meu amadorismo no ato de fotografar, sinto alguma dificuldade com as variações de abertura e velocidade ao capturar aquilo que meu olhar ver/enxerga.
Durante o curso ocorreu a possibilidade de eu mesma ser fotografada. Fiquei intrigada e insegura. Me permitir ser olhada por outros olhares, todos famintos por imagens, logo eu, que nunca me achei bonita – como confessei em uma das rodas de conversas. Eu nunca me senti muito à vontade com meu corpo por inúmeros razões. Ficar nua e ainda ser fotografada assim nunca foi um desejo meu, até aquela noite. Mas, já no primeiro ensaio performado pela Lucilene, realizado em um quarto escuro com apenas uma lâmpada acesa, todos os meus pré-conceitos, meus medos e meus pré-julgamentos sumiram e comecei a acreditar na possibilidade de eu mesma estar ali, no lugar da modelo.
A experiência do curso durou três dias intensos de muita troca e aprendizado, nesse período realizamos dezessete ensaios, de Nu Artístico e de Nu Performático, além de oficinas de movimento, expressão, cenário e composição. Os meus ensaios preferidos foram o Banho de Princesa e outro onde a Lucilene vestia trajes em cor laranja coral e me lembrava uma imagem da Frida Kalo.
As situações de clique foram diversas. Fotografamos pela manhã, com o sol ameno; após o almoço com o sol forte; à noite; e também com situação de chuva. Todas as fotos foram feitas com a minha câmera Nikon D80. Usei em quase todos os ensaios as lentes 18:55mm e 50mm. Estávamos proibidos de usar flash de qualquer tipo ou rebatedor de luz.
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Perla Berwanger (perla.berwanger@hotmail.com) iniciou sua trajetória capturando cenas do cotidiano de São Luís (MA), cidade que adotou há 16 anos. Seus temas recorrentes são a paisagem urbana, as trabalhadoras de rua, o dia a dia nas comunidades litorâneas e o fazer das artistas locais.
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